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Anatomia humana: conceito de variação e normalidade

Podemos definir que o conceito de anatomia, de modo geral, é uma ciência que estuda a constituição, estrutura e a evolução dos seres. Essa investigação é feita de forma tanto macroscópia, quanto microscópia. Na observação macroscópia, os anatomistas, que preparam os modelos de estudo da anatomia e se utilizam deles para a pesquisa e aprendizado, utilizam peças orgânicas dessecadas e reproduções artificiais baseadas nas naturais. Esses elementos são preparados para a observação a olho nu para serem classificados.

Para os exemplos das partes corporais, os anatomistas utilizam peças que representam a normalidade, ou seja, com as características encontradas com maior frequência na natureza e que demonstram a funcionalidade efetiva daquele elemento corpóreo.

Porém, no ambiente natural sempre existirão variações e essas alterações também podem ser vistas nas estruturas do corpo humano. Quando isso acontece, são chamadas de variações anatômicas.

Essas variações anatômicas podem ser compreendidas como as diferenças morfológicas existentes entre elementos que compõem um grupo humano.

Normalidade

Para entendermos o conceito de variação anatômica, devemos primeiro considerar o que seria a normalidade. Aceitamos que, em anatomia, o normal é considerado a forma padrão, que é encontrada com maior frequência entre os indivíduos. Podemos dar como exemplo de padrão normal anatômico para o ser humano a existência de cinco dedos nas mãos e nos pés, assim como dois olhos, uma boca, dois braços, um coração, entre outros elementos que conhecemos como sendo dentro da regularidade.

Variação anatômica

As variações anatômicas são eventuais diferenças encontradas na forma humana que não causam nenhum dano ou malefício na função dessa parte.

Podem ser encontradas externamente ou em qualquer sistema do organismo e é considerada variação desde que não traga prejuízo funcional ao indivíduo.

Existem alguns fatores que causam ou influenciam na ocorrência dessas variações anatômicas. Podemos citar, primeiramente, a idade. Indivíduos de idades diferentes apresentam variações entre si. Outro fator a ser considerado é o gênero, uma vez que indivíduos do sexo feminino possuem variações morfológicas características quando comparados aos indivíduos do sexo masculino. Também vale lembrar que existem características populacionais que influenciam na prevalência dessas variações.

Além disso, sabemos que alguns fatores ambientais ainda podem levar a modificações no desenvolvimento dos indivíduos. Poderíamos exemplificar esses fatores ambientais com a exposição ao sol, o clima predominante onde o grupo vive e, também, os hábitos alimentares. Podemos constatar, por exemplo, que a deficiência de alguns nutrientes em razão de uma má alimentação pode causar modificações no crescimento e desenvolvimento de indivíduos que foram expostos a esse problema.

As causas para essas variáveis pode ser resultado de características herdadas ou adquiridas pela relação do indivíduo com o meio ambiente.

Todos esses fatores devem, portanto, ser levados em consideração como possíveis geradores de variações anatômicas, mas o acaso também é uma possibilidade. Entretanto, a principal circunstância para considerarmos uma diferença anatômica como uma variação na normalidade é que sejam mantidas as funções elementares do segmento, órgão ou peça anatômica.

Para diferenciar divergências que não poderiam ser qualificadas como uma variação anatômica, devemos entender o que é anomalia e monstruosidade.

É possível caracterizar como anomalia uma variação que está acompanhada de prejuízo funcional. Podemos tomar como exemplo um indivíduo apresentar mais do que cinco dedos em uma das mãos, ou mesmo nas duas; ou alterações na estrutura cardíaca. Já uma monstruosidade seria a classificação para uma anomalia acentuada, que causa uma deformidade em algum ponto ou na totalidade da estrutura corporal capaz de, geralmente, impossibilitar a manutenção da vida do indivíduo. Essas são modificações extremas que causam malefícios e não apenas variações da normalidade, conforme as explicadas anteriormente.

Portanto, o termo normal para os anatomistas obedece a um padrão que não inclui variações. Este padrão corresponde ao que ocorre na maioria dos casos, ao que é mais frequente, ou melhor, a estrutura habitual do corpo é o padrão mais comum.

As variações anatômicas são comuns e as encontrar é esperado durante uma dissecação ou exames de peças dissecadas ou cadáveres. Por isso é muito importante saber que existem. Lembre-se que ninguém é igual a ninguém.

Você sabia que as veias do nosso corpo são as que mais variam e que os nervosos que menos variam?

Você sabia que o padrão mais comum é encontrado em menos da metade das pessoas?

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