Sendo o corpo humano uma “máquina” completa e complexa, formada pelos mais diversos sistemas e funções, temos como objetivo neste artigo abordar diretamente a distribuição de fibras.
Para Powers e Howley (2000), não existem diferenças segundo a idade ou o sexo na distribuição de fibras. As variações das porcentagens das fibras dos atletas que competem no mesmo esporte mostram-se variadas, o que indica que a porcentagem de fibras de um indivíduo não é a única variável que determina o sucesso no esporte.
No entanto, outras questões são importantes no que tange às relações de treinamento ou força. O formato e arranjo das fibras nos músculos, por exemplo, determinará se o músculo é capaz de gerar grandes quantidades de força ou se tem boa capacidade de encurtamento. Segundo Hamill e Knutzen (1999), existem dois tipos básicos de arranjos de fibras encontrados nos músculos:
1) Os músculos fusiformes;
2) Os músculos peniformes (que classificam-se em unipenados, bipenados e multipenados).
O arranjo das fibras fusiformes corre de forma paralela à linha de tração do músculo, de modo que a força da fibra é na mesma direção das fibras musculares. Este arranjo oferece o potencial para grandes quantidades de encurtamento e movimentos de alta velocidade.
Os músculos fusiformes são tipicamente mais compridos que os outros tipos de músculos, e o comprimento da fibra muscular é maior que o comprimento do tendão. Um músculo que tem proporções maiores de comprimento muscular em relação ao comprimento do tendão tem o potencial de encurtar-se em distâncias maiores. Vale lembrar que o músculo é capaz de encurtar-se de 30 a 50% do seu comprimento de repouso (HAMILL e KNUTZEN, 1999).
As fibras peniformes correm diagonalmente em relação a um tendão que atravessa o músculo. A forma geral do músculo peniforme é de pena, já que os fascículos são curtos e correm em ângulo relativo com a linha de tração do músculo, de modo que a força da fibra é em uma direção diferente da força muscular. As fibras podem correr diagonalmente saindo de um lado, chamando-se bipenadas, ou em combinações dos dois chamando-se multipenadas.
As fibras são mais curtas que o músculo, e a alteração no comprimento da fibra individual não é igual à alteração no comprimento muscular. Logo, as fibras peniformes criam movimentos mais lentos e não são capazes de produzir movimentos de grande amplitude. A vantagem é a secção transversa fisiológica do músculo que pode geralmente produzir mais força.
A secção transversa fisiológica é a soma total de todas as secções transversas de fibras no músculo, medindo a área perpendicular na direção das fibras. A secção transversa anatômica é a secção transversa em ângulo reto com o eixo longitudinal do músculo.
Resumidamente, pode-se dizer que os músculos peniformes são capazes de exercer forças maiores que os músculos fusiformes de tamanho similar, mas os músculos fusiformes são capazes de encurtar-se por uma distância maior (MCGINNIS, 2000).
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