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Etiqueta: da Idade Média a Contemporânea

O vocábulo etiqueta é de origem francesa e se originou da palavra etiquette. De acordo com o Minidicionário Aurélio são atribuídas a este termo as seguintes definições:

  1. Conjunto de cerimônias usadas na corte ou na casa dum chefe de Estado;
  2. Formas cerimoniosas do trato social; formalidade, protocolo;
  3. Rótulo posto sobre algo para designar o que é ou o que contém.

Histórico

As normas de etiqueta surgiram da necessidade do homem de viver em sociedade e tiveram seu apogeu, no século XVII, na corte de Luís XIV, que se auto – proclamou Rei Sol e declarou o Estado sou eu! (L’etat c’est moi!). Ele distribuía aos nobres, que faziam parte da sua corte, bilhetes/etiquetas ensinando-os como se comportar, onde sentar, dentre outras coisas. Na verdade, nesta época essa prática era uma forma de padronizar o comportamento da nobreza, ou seja, o comportamento era a confirmação do prestígio que o indivíduo possuía. 

A prática da etiqueta consiste, em outras palavras, numa auto apresentação da sociedade de corte. Através dela, cada indivíduo, e antes de todos o rei, tem o seu prestígio e a sua posição de poder relativa confirmados pelos outros.

A opinião social que forja o prestígio dos indivíduos se expressa através do comportamento de cada um em relação ao outro, dentro de um desempenho conjunto que segue determinadas regras. (ELIAS, 1995, p.240) A sociedade de corte citada no trecho anterior diz respeito aqueles que frequentavam a corte, mas ainda assim dependiam do rei, pois o fato de pertencerem a ela não garantia a permanência nela. 

E, por isso a vida na corte não era amigável, pois a todo tempo os nobres lutavam por prestígio o que gerava inúmeras intrigas e escândalos, sendo a etiqueta usada, na verdade, como um instrumento de dominação e não de mera distinção, como podemos perceber neste trecho escrito pelo próprio Luis XIV em suas Memórias (II, 15), citado por Norbert Elias (1995, p.132-133): “Estão grandemente enganados aqueles que imaginam tratar-se aí apenas de questões de cerimônia. Os povos sobre os quais reinamos, não podendo penetrar o fundo das coisas, pautam em geral seu julgamento pelo que vêem exteriormente, e o mais frequentemente é pelas primazias e posições que medem seu respeito e sua obediência. 

Como é importante para o público ser governado apenas por um único, também é importante para ele que este que exerce essa função seja elevado de tal maneira acima dos outros que não haja ninguém que possa confundir ou comparar-se com ele, e podemos, sem sermos injustos para com o corpo do Estado, retirar-lhe as menores marcas de superioridade que o distingue dos membros.”

Contudo, Luís XIV não foi o criador nem do cerimonial e muito menos da etiqueta, pois já no século XIII eram escritos poemas sobre as regras de boas maneiras, principalmente a mesa, como se pode observar nos poemas abaixo: 

Tannhäuser sobre as boas maneiras corteses.

O comportamento à mesa e o uso dos utensílios

Certos costumes hoje seguidos não apareceram de uma hora para outra e nem foram inventados por um simples acaso. Quem nunca se perguntou de onde surgiu tal comportamento ou por que agimos de tal maneira em determinados lugares? 

As regras de boas maneiras à mesa, na Idade Média, estavam baseadas no que se podia ou não fazer, por exemplo, não podia arrotar, não podia pegar a comida com as mãos (está obviamente foi criada depois que os talheres foram inventados), não se admitia assoar na toalha nem ser barulhento a mesa, dentre várias outras.

No que diz respeito ao uso de utensílios, Norbert Elias (1993, p.105) descreve: “A mesa você deve usar guardanapo, prato, faca, colher e garfo. Seria inteiramente contrário ao bom tom dispensar um desses utensílios.” Isto quer dizer que depois de criados, os utensílios jamais deveriam ser dispensados, pois cada um deles tinha uma finalidade e uma forma de uso: 

O guardanapo que é posto sobre o prato, tendo a finalidade de preservar de manchas e outras sujeiras inseparáveis de refeições, deve ser colocado sobre a pessoa de modo que cubra a parte fronteira do corpo até os joelhos, passando sob a gola, mas não por dentro dela. A colher ,garfo e faca devem sempre ser colocados à direita. 

A colher destina-se à ingestão de líquidos e o garfo para pegar carnes sólidas. (ELIAS; Norbert, 1993, p.107). Apesar de existirem muitas regras de boas maneiras, nesta época a forma como as pessoas se sentavam ou apoiavam os cotovelos na mesa não era relevante, ou seja, não existiam regras para isso, cada um sente da maneira que deseja e é assim também com os cotovelos.

Atualmente, ainda é dada muita importância para estas regras de etiqueta, tanto que ela não é mais utilizada somente pela alta sociedade, pois, ainda que minimamente, todos conhecem um pouco dessas regras, ainda que as mais simples, como a de não falar de boca cheia. 

Entenda as novas regras

Porém ocorreram algumas modificações, dentre elas, a disposição dos talheres, a atenção que é despendida para a maneira como a pessoa se senta e como apoia os cotovelos e, além disso, foram criadas novas regras como a que diz: sempre – talvez – nunca, que consiste no seguinte:

  1. Sempre: deve-se apoiar somente os pulsos na beira da mesa, mantendo o braço o mais próximo possível do corpo
  2. Talvez: pode-se apoiar os braços na beira da mesa;
  3. Nunca: coloque os cotovelos sobre a mesa

Quanto ao manuseio dos talheres, segundo Ribeiro (1997, p. 70-74) deve ser feita da seguinte maneira: […]

Dicas de comportamento a mesa

Abaixo seguem algumas regras de etiqueta que são frequentemente utilizadas na atualidade:

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