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História do Esporte Adaptado

Após a I Guerra Mundial que o esporte começou a ser utilizado como ferramenta para reabilitação e inserção social da pessoa portadora de deficiência. No início a preocupação centrava-se em oferecer um tratamento aos indivíduos que sofreram traumas medulares durante o combate.

Entretanto, em 1944, por meio de um convite do Governo Britânico, Dr. Ludwig Guttmann inaugurou o centro de traumas medulares dentro do Hospital de Stoke Mandeville. É a partir deste ponto da história que começa segundo pesquisadores e material bibliográfico referente ao assunto, o início do que hoje podemos presenciar de Esporte Paraolímpico.
Na verdade alguns registros marcam a existência do esporte para portadores de deficiência há mais tempo e alguns documentos datados dos séculos XVIII e XIX atestam a importância da atividade física como agente reeducador e reabilitador destas pessoas.

Antes mesmo do marco histórico de 1948 quando foi implantado o primeiro programa de esportes na Inglaterra, registros de 1932 apontam para a existência de uma associação de jogadores de golfe de um só braço na Inglaterra.
Dr. Guttmann e o esporte

Dr. Guttmann introduziu o esporte como parte do tratamento de reabilitação de lesados medulares. A receptividade positiva fez com que rapidamente a atividade física evoluísse para o nível competitivo. Assim, em 1948 foram realizados os primeiros Jogos de Stoke Mandeville, paralelamente aos Jogos.
Olímpicos que ocorriam em Londres. Com isso, aconteceram as primeiras competições de atletas em cadeira de rodas. Desde então, de quatro em quatro anos são realizados os Jogos de Stoke Mandeville (ADAMS, 1985). Este primeiro passo foi fundamental para o crescimento do Paradesporto Mundial.
Em 1952, foi fundado o Comitê Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, que depois viria a se tornar a Federação Internacional de Esportes em Cadeira de Rodas de Stoke Mandeville (ISMWSF). Hoje, a ISMWSF é responsável pela organização e realização de eventos mundiais direcionados aos atletas cadeirantes.
Em 1960, o Dr. Antônio Maglio, diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, Itália, sugeriu ao Comitê Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville que a competição fosse realizada em Roma, logo após das XVI Olimpíadas. Assim, aconteceriam os primeiros Jogos Paraolímpicos. A competição utilizou as mesmas instalações dos atletas não portadores de deficiência e reuniu 400 paratletas. No total, participaram da primeira Paraolimpíada 23 países e o evento contaram com o apoio de autoridades locais. A partir daí, com raras exceções, os Jogos Paraolímpicos passaram a ser realizados algumas semanas após os Olímpicos na mesma cidade.
Em 1964, foi criada a Organização Internacional de Esportes para Deficientes (ISOD). A ISOD, na época, oferecia aos atletas com outras deficiências, que não a lesão medular, a oportunidade de participarem de eventos que contribuíssem para o desenvolvimento esportivo deles. Já no início, a ISOD contava com a filiação de 16 países.

Até então somente havia competições paraolímpicas para pessoas em cadeira de rodas. Já a história do tiro ao alvo para as pessoas com necessidades especiais foi introduzida formalmente em 1954, no Hospital Estadual Gillette, em St. Paul, no Estado de Minnessota. O local originalmente usado era uma pista de 15m de comprimento para tiros com calibre 0,22, construída e financiada pelo posto # 5 da Legião Americana em St. Paul.
Ernie Davies e a modalidade de tiro

Ernie Davies, era praticante da modalidade de tiro e adora esse esporte, foi quando num acidente de carro ele sofreu uma lesão na medula, onde ficou paraplégico. Davies como já era praticante de tiro viu a oportunidade de estar trabalhando onde ele mais entendia que era a prática do tiro ao alvo, pois as atividades pararam de 1957 a 1959, em virtude da falta de instrutores qualificados.

Foi então que Ernie Davies fundou um grupo para tiro a ar e estabeleceu as regras para as competições entre atiradores com necessidades especiais. Ele escolheu para este fim as espingardas de marca Daisy, movidas à mola e êmbolo, porque representava risco menor para os participantes. As competições de tiro ao alvo, tanto em base individual quanto em equipe, ainda se encontram pouco evoluídas em nível nacional.
O tiro ao alvo com espingarda de ar de precisão antes pesava entre 3 a 3,5 kg atualmente a carabina pesa 4,5kg, enquanto a pistola pesa 1,070g, e a competição pode ser realizada em duas categorias: sentado ou em pé.
Em 1975, um atleta norte americano, Bob Hall, participou da maratona de Boston, o que incentivou a participação de outros portadores de deficiência física em corridas de rua. Em 1976, nas Olimpíadas de Toronto, 1500 deficientes competiram representando 36 países. O número de inclusões nas Olimpíadas Especiais aumentou de 1000 para 3200 entre 1967 e 1975.
Em 1978, formou-se a Associação Internacional de Esportes e Recreação para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA) e em 1981, os portadores de deficiência visual formaram a Associação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA). Desde a primeira Paraolimpíada, os jogos são realizados a cada quatro anos, e na última, em Sidney 2000, participaram 4500 atletas, sendo 64 brasileiros.

O esporte adaptado no Brasil
O esporte adaptado no Brasil iniciou-se na década de 50, quando os senhores Robson Sampaio de Almeida, do Rio de Janeiro, e Sérgio Serafim Del Grande, de São Paulo, ficaram deficientes físicos e procuraram serviços de reabilitação nos EUA. Eles fundaram os dois primeiros clubes, o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, e o Clube dos Paraplégicos, em São Paulo.
Em 1969, o Brasil participou dos II Jogos Pan-americanos em Buenos Aires com sua primeira seleção de basquete em cadeira de rodas, conseguindo a medalha de bronze.
Desde que o País mandou a sua primeira representação aos jogos paraolímpicos, em 1972, na cidade de Heidelberg, na Alemanha, a presença brasileira nestas competições vem se ampliando.

Em Sydney, o Brasil teve sua maior delegação em uma Paraolimpíada: 64 atletas, divididos em nove modalidades. O alto nível técnico da delegação enche o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) de esperanças quanto a um recorde de medalhas. Na Tabela abaixo podemos ver o número de medalhas conquistadas nas Paraolimpíadas em que o Brasil participou.
Os atletas com deficiência física são classificados em cada modalidade esportiva através do sistema de classificação funcional. Este sistema visa classificar os atletas com diferentes deficiências físicas em um mesmo perfil funcional para a competição. Tem como meta garantir que a conquista de uma medalha por um atleta seja fruto de seu treinamento, experiência, motivação e não devido a vantagens obtidas pelo tipo ou nível de sua deficiência.

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