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Não se engane com a cobra cipó: envenenamento por Philodryas olfersii

Sendo o território brasileiro um dos mais ricos em matas, florestas e zonas de vegetação preservada até mesmo em centros urbanos, é comum que tenhamos contato com animais das mais variadas espécies. Um dos animais mais temidos e que possui várias famílias são as serpentes. Nesse artigo vamos tratar de uma das mais comumente encontradas, a cobra cipó.

A serpente  Philodryas olfersii apresenta coloração verde com uma faixa longitudinal de cor marrom no dorso, que vai da cabeça até a cauda. Conhecida como cobra cipó ou cobra verde, a espécie tem um tamanho mediano, atingindo cerca de 1,5 m de comprimento total, e com cauda relativamente longa, que corresponde entre 23 e 36% do tamanho corporal.  As fêmeas atingem maior tamanho corporal que os machos. Este ofídio pertencente à família Dipsadidae tem ampla distribuição na América do Sul. No Brasil são encontrados desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul. Habita áreas abertas, como o cerrado e matagal árido (Caatinga), mas é mais provável de ser encontrada em zonas de transição e nas florestas. Possui atividade diurna e alimenta-se de pequenos mamíferos, aves, anuros e lagartos. É ovípara, havendo registros de desovas constituídas por sete e oito ovos. Seu comportamento defensivo consiste basicamente em fugir rapidamente pelo chão ou sobre a vegetação, porém quando acuada ou capturada, morde com extrema agilidade.

A espécie que até então era considerada não peçonhenta, entra na lista das serpentes peçonhentas. Há casos de envenenamento humano relatados na literatura e o óbito de uma criança de dez meses, ocorrido em 1993, no Brasil, na cidade de Caçapava do Sul, RS.

As características clínicas dos episódios de intoxicação em seres humanos causados por esta serpente incluem edema (inchaço), eritema e equimoses (manchas escuras), linfadenopatia regional (dilatação de linfonodos), efeitos neurotóxicos e miotóxica. Estes sintomas são parecidos aos do envenenamento botrópico (jararaca), isso porque o veneno da serpente Philodryas olfersii é composto de enzimas que são biologicamente semelhantes aos do veneno botrópico. Muitas vezes, devido a não identificação da cobra e o quadro clínico apresentado, a vítima da P. olfersii é tratada como se tivesse sido mordida por serpentes do gênero Bothrops.

Há uma baixa incidência de acidentes causados por P. olfersii  devido à anatomia dos dentes, pois são serpentes opistóglifas, ou seja, possui o dente inoculador de veneno situado no fundo da boca, na porção posterior do maxilar superior, dificultando a inoculação do veneno.

Não existe soro específico para acidentes com a cobra cipó. Uma vez que a cobra foi identificada, o tratamento é realizado observando-se os sintomas apresentados pela vítima que incluem a administração de analgésicos, anti-inflamatórios e controle de diurese.

Mesmo sabendo que pequenas proporções dos acidentes por P. olfersii causam envenenamento humano é necessário um maior investimento no estudo das toxinas dessas serpentes e até mesmo a produção de um soro específico para o tratamento, uma vez que a falha em neutralizar as toxinas poderia comprometer a região afetada e órgãos ou causar a morte.

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