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Pele: o maior órgão do corpo humano

A pele ou cútis por definição é o manto de revestimento do nosso organismo, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. Porém, a pele não é apenas um envoltório protetor.

É um sistema orgânico que regula a temperatura corpórea, detecta os estímulos dolorosos e agradáveis, impede a entrada de substâncias no organismo e provê um escudo protetor contra os efeitos nocivos do sol.

As camadas da pele

A pele compõe-se, essencialmente, de três grandes camadas: uma superior – a epiderme; uma camada intermediária – a derme; e uma camada profunda, a hipoderme.

A pele é o maior e o mais pesado órgão do corpo humano. Cobre entre 1,5 e 2 metros quadrados e contribui com um sexto (mais de 15%) do peso corpóreo total. Apresenta grandes variações ao longo de sua extensão, sendo ora mais flexíveis e elásticas, ora mais rígidas.

A composição da superfície

Toda sua superfície é composta por sulcos e saliências, particularmente acentuadas nas regiões palmo-plantares e extremidades dos dedos, onde por sua disposição individual e peculiar recebem o nome de dermatóglifos e permitem sua utilização na identificação dos indivíduos através da datiloscopia e também a diagnose de enfermidades genéticas, através das impressões palmo – plantares.

A superfície cutânea apresenta, ainda, de acordo com os segmentos corpóreos, variações e pregas, articulares e musculares, orifícios pilossebáceos e orifícios sudoríparos.

Como é a composição da cor da pele?

A cor da pele é determinada pela conjunção de vários fatores, alguns de ordem genético-racial, como a quantidade de pigmento – a Melanina; outros de ordem individual, regional e mesmo sexual, como a espessura de seus vários componentes e, ainda, conteúdo sanguíneo de seus vasos.

A cor, a textura e as pregas da pele são importantes, como vimos acima, para caracterizar os indivíduos. Qualquer alteração do aspecto ou da função da pele pode acarretar consequências importantes para a saúde física e mental.

Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e mesodérmicos. As estruturas epiteliais – epiderme, folículos pilossebáceos, glândulas apócrinas, glândulas écrinas e unhas – derivam do ectoderma.

Os nervos e os melanócitos originam-se no neuroectoderma e as fibras colágenas e elásticas, vasos sanguíneos, músculos e tecido adiposo originam-se do mesoderma.

Anexos da pele

Na pele são observadas várias estruturas anexas: os pêlos, as unhas e as glândulas.
Os pêlos se originam no folículo piloso e estão distribuídos por quase todo o corpo. Têm a função de proteção, restringem a dispersão de calor.

As glândulas sebáceas são encontradas por todo o corpo. Situam-se na derme e sua secreção é uma mistura de lipídios, cuja função é a lubrificação da pele, além de ligeira ação bactericida.

As glândulas sudoríparas também estão distribuídas por todo corpo. São responsáveis pela excreção do suor, que nada mais é que um fluido de cloreto de sódio, com traços de uréia, sulfatos e fosfatos. A quantidade de suor secretado depende de fatores como a temperatura e umidade do meio, da quantidade de atividade muscular e de outras situações que causam fadiga.

As unhas são formadas pela camada lúcida e córnea da epiderme. Geralmente apresentam uma cor rosada em função da rede capilar que existe abaixo delas.

Classificação dos Biótipos Cutâneos e Tipos de Pele

A pele sã é aquela que se apresenta em condições anatômicas, histológicas e funcionais normais, que não padece de alterações nem sequelas estéticas nem cosméticas, estando seus parâmetros dermocosméticos dentro dos valores fisiológicos. A medição destes parâmetros permite diagnosticar o biótipo cutâneo. São eles: sebo, ph, hidratação. O equilíbrio dos três parâmetros está geneticamente determinado, mas pode ser alterado por vários fatores como: clima, envelhecimento, hormônios, alimentação, sol, estresse, alterações digestivas, uso indevido de cosméticos (ANHANGUERA, 2010).

Os valores normais do sebo são 90 a 100 microgramas por centímetro quadrado de pele. Valores acima indicam pele oleosa, seborreica, e valores abaixo indicam pele hipolipídica ou seca (ANHANGUERA, 2010).

O pH deve ser ácido, sendo no homem 5 e na mulher 5,5, aproximadamente. O grau de acidez, alcalinidade e neutralidade é medido numa escala de zero a quatorze, onde pH zero é o estado de acidez absoluta; pH 14 é o estado de alcalinidade absoluta e pH 7 é o estado de neutralidade (ANHANGUERA, 2010).

A pele pode ser classificada em normal, seca, oleosa ou mista (ANHANGUERA, 2010).

Pele normal (eudérmica):

  • Característica: superfície lisa e flexível, equilíbrio hídrico e lipídico, cor rosada e não brilhosa. Geralmente é uma condição genética. O teor de hidratação e nutrição encontra-se equilibrado. Aparência de pele de criança.
  • À lupa: textura e granulação finas, sem brilho nem pontos negros, poros e folículos normais (sem dilatação).
  • Ao toque: macia, suave, elástica. Não é fina demais nem grossa. Secreção suor/sebo em equilíbrio.

Pele seca (alípica):

  • Característica: facilmente irritável e sensível. Fina, opaca, esbranquiçada, seca. Espessura epidérmica diminuída; manto hidrolipídico escasso; orifícios pilossebáceos e poros invisíveis; produz repuxamentos; intolerância a sabões alcalinos; envelhecimento precoce; predisposição a: irritações, telangiectasias, eritemas, hipercromias, desidratação. Vulnerável ao frio, vento e calor.
  • À lupa: apresenta aspecto farinhoso. Não há dilatação de poros, nem comedões.
  • Ao toque: sensação de sequidão e fina rugosidade. Falta de leve untuosidade conferida pelo manto hidrolipídico. Pouco elástica e muito fina. A pele poderá estar seca por falta de água e/ou gordura.

Pele oleosa (lipídica):

  • Característica: maior espessura epidérmica, ósteos dilatados, manto hidrolipídico abundante, superfície gordurosa e úmida, aspecto brilhante. Apresenta comedões e transpiração abundante. É irritável e observa-se certa alcalinização da pele. A pele oleosa poderá evoluir para uma pele seborreica a depender de fatores endógenos (hormonais, metabólicos, psíquicos) e exógenos (uso de produtos comedogênicos, clima quente e úmido, entre outros). A seborreia pode ser classificada como: Leve (grau I): secreção sebácea levemente aumentada, localizando-se na zona T (mento, nariz e testa); Moderada (grau II): secreção sebácea aumentada que se estende a toda face, couro cabeludo e, às vezes, tórax. Observam-se gotículas de gordura no nariz; Intensa (grau III): secreção sebácea muito aumentada abrange toda a face, braços, parte anterior e posterior do tórax. Observam-se gotículas de gordura na superfície epidérmica. Geralmente evolui para acne.
  • À lupa: aspecto lustroso e brilhante, orifícios dilatados, comedões, cilindros comedônicos “saindo” do orifício. Aspecto casca de laranja.
  • Ao toque: gordurosa. As pontas dos dedos do examinador ficam impregnadas de gordura. Pele grossa e com relevos.

Pele mista:

  • Característica: tipo de pele mais frequente entre indivíduos que residem em país de clima tropical. Coexistem dois biótipos cutâneos: pele normal com tendência à oleosidade, pele normal com tendência à seca:
  • Pele mista com tendência à oleosidade: na zona T apresenta-se brilhosa com características da pele oleosa e nas laterais tende à normalidade;
  • Pele mista com tendência à seca: na zona T apresenta-se com características da pele normal e nas laterais de pele seca.

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