A pressão por este método é medida através de um cateter introduzido na artéria, o qual é conectado em uma coluna liquida. A medida da pressão é obtida através do transdutor de pressão que faz a leitura; é obtida pressão sistólica, diastólica e média.
Lizuka, Prestes e Scheineder (2006) completam a informação do preparo da coluna liquida, mencionando que a solução a ser utilizada deve ser o soro fisiológico a 0,9%, preferencialmente com heparina 1 unidade/ml, mantendo a bolsa pressurizada em 300 mmHg.
A posição do paciente e do transdutor de pressão influencia na alteração dos valores de pressão arterial. Devemos realizar o “zerar” a linha de pressão arterial, na linha média axilar, conforme o posicionamento do paciente.
A cateterização da artéria para mensurar a pressão arterial invasiva está indicada para:
– Cirurgia cardiopulmonar
– Grandes cirurgias vasculares, torácicas, abdominais ou neurológicas
– Instabilidade hemodinâmica
– Uso de drogas vasoativas
– Uso de monitorização da pressão intracraniana
– Emergência hipertensiva associada à dissecção de aorta ou AVC
– Necessidade de gasometria arterial mais que três vezes ao dia
– Controle rigoroso da pressão arterial para conduta clinica
Uma pressão arterial invasiva está contraindicada relativamente para:
– Doença vascular periférica
– Doenças hemorrágicas
– Uso de anticoagulantes ou trombolíticos
– Punção em áreas infectadas
Cintra (2003) afirma que o cateter arterial pode ser colocado na artéria radial, pediosa, femoral ou axilar. A artéria radial é um vaso de escolha porque sua utilização tem sido associada com menor número de complicações. A artéria braquial deve ser evitada devido ao risco de tromboembolia do braço e antebraço. A artéria axilar e femoral são os vasos mais calibrosos, porém com mais dificuldade de punção e maior potencial de contaminação.
A punção arterial
A linha arterial pode ser obtida por punção ou dissecção arterial. A punção é o procedimento mais indicado, por permitir menor lesão da artéria; deixando a dissecção somente para casos mais graves, após várias tentativas de punção sem sucesso.
Antes da punção da artéria radial deve-se realizar o Teste de Allen, onde se deve comprimir simultaneamente a artéria radial e ulnar com os polegares. Estimular o paciente para abrir e fechar a mão repetidamente. Em seguida, pedir para relaxar a mão. Enquanto comprime a artéria radial, solte a artéria ulnar e observe a coloração da mão.
Quando a circulação colateral está adequada, a mão recupera a coloração em 5 a 10 segundos. O teste pode ser repetido testando a artéria radial também. Em caso de o teste não ser satisfatório, desconsiderar a punção da artéria radial.
Lizuka, Preste e Schneider (2006) lembram a importância da equipe de enfermagem na participação do procedimento, separando o material necessário, auxiliando na passagem do cateter e preparando o monitor para verificação da pressão arterial, além de avaliar os dados obtidos, e manter a permeabilidade do cateter para verificação continua da pressão arterial.
Os valores normais da pressão arterial invasiva são os mesmos da pressão arterial não invasiva. Sistólica 90-130 mmHg e diastólica 60 – 90 mmHg.
Após a punção arterial, e conexão do transdutor de pressão ao cateter arterial e ao monitor multiparametrico, zeramos a linha arterial (seguir a instrução de cada fabricante) e visualizamos na tela do monitor uma curva de pressão.
Após a punção arterial podem ocorrer algumas interferências técnicas, que são: hematoma pós punção (amortece a curva da pressão); fluxo retrógado do sistema (ocorre por falta da pressurização adequada, podendo coagular o sistema); hemorragia (por desconexão do sistema); embolia proximal ou distal (coágulos na luz do cateter).
Machado, Moura e Figueiredo (2003) comentam que as curvas arteriais não são todas iguais, apresenta alterações do formato devido à distância do coração, força da gravidade e calibre da artéria, mas não alteram suas características.
Outras condições que pode alterar a curva da pressão arterial é arritmia, hipovolemia, hipertensão, hipotensão miocardiopatia.
Cintra (2003) comenta que a curva da pressão arterial também pode ter alteração por trombos intraluminais, impactação da ponta ou dobras do cateter.
Um procedimento de pressão arterial invasivo pode apresentar algumas complicações:
– Embolização arterial e sistêmica;
– Insuficiência vascular;
– Necrose isquêmica;
– Infecção;
– Hemorragia;
– Injeção acidental de drogas intra-arterial;
– Trombose;
– Espasmo arterial;
– Hematoma local;
– Dor local;
– Fístula arteriovenosa;
Cuidados de Enfermagem
• Preparo do material necessário, da solução de soro fisiológico com heparina.
• Auxiliar o médico no procedimento de cateterização da artéria, oferecendo o material necessário.
• Realizar a zeragem do transdutor de pressão, alinhado a linha média axilar.
• Proceder à anotação de enfermagem no prontuário do paciente, descrevendo número de punções, e material utilizado.
• Monitorar o tempo de permanência do cateter, pois o risco de trombose aumenta com tempo de permanência do cateter.
• Monitorar as extremidades do membro puncionado (coloração, temperatura, edema, sensibilidade e movimentação) a cada plantão.
• Estar atento a desconexão do sistema.
• Estar atento a sangramento na inserção do cateter, e infecção do sitio de punção.
• Manter curativo estéril.
• Manter a bolsa pressurizada a 300 mmHg, pressurização em valores de pressão menores não permitem a irrigação continua adequada que é de 3 ml/h.
• Realizar a troca do equipo com transdutor de pressão a cada 72h.
• Realizar a troca da solução de soro fisiológico com heparina a cada 24h.
• Para retirada do cateter, proceder com luva de procedimento, usar solução antisséptica, e tracionar o cateter vagarosamente, evitando lesão a intima do vaso. Comprimir o local da inserção do cateter com gaze dobrada por 5 minutos.
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