Pode-se dizer que o planejamento de ensino é uma especificação do planejamento curricular, já que traduz em termos mais concretos o que o professor irá realizar em sala de aula e como irá alcançar os objetivos educacionais propostos.
Tipos de Planejamentos
O planejamento de ensino é dividido em três tipos, diferenciados por seu grau de especificidade crescente: planejamento do curso; planejamento da unidade e planejamento de aula.
O planejamento do curso é a previsão de um determinado conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades a ser alcançado por uma turma em um período de tempo determinado.
O planejamento da unidade é uma especificação maior do plano de curso, sendo que a unidade de ensino é formada de assuntos inter-relacionados.
Podem-se distinguir três etapas do plano de unidade que são elas: a apresentação na qual o professor procura identificar e estimular os interesses dos alunos, relacionando-os com o tema da unidade, podendo desenvolver atividades como pré-teste oral ou escrito a fim de sondar as experiências anteriores dos alunos, contendo os conceitos que eles deverão aprender na unidade; diálogo com a classe a respeito do tema a ser tratado; comunicação com os alunos sobre os objetivos da unidade; utilização de material ilustrativo como jornal, revista, e a própria aula expositiva a fim de introduzir o tema na classe.
Já o planejamento da aula é a sequência de tudo o que será desenvolvido em sala de aula no dia letivo, especificando o comportamento esperado dos alunos e os meios que serão utilizados para sua realização. O plano de aula deve conter os estímulos adequados aos alunos para motiva-los, e criar uma atmosfera de comunicação entre professor e alunos a fim de favorecer o aprendizado.
Segundo Gama e Figueredo, a definição é:
“O professor, ao realizar seu planejamento de ensino, antecipa de forma coerente e organizada todas as etapas do trabalho escolar, não permitindo que as atitudes propostas percam sua essência, ou seja, o seu trabalho a ser realizado encaixa-se em uma sequência, uma linha de raciocínio, em que o professor tem a real consciência do que ensina e quais os objetivos que espera atingir, para que nada fique disperso ao acaso. (s/d, p.07)”.
O planejamento de ensino passa a ser compreendido de forma estreitamente vinculada às relações que se produzem entre a escola e o contexto histórico-cultural em que a educação se realiza. Desse modo, o planejamento de ensino é um elemento integrador entre a escola e o ambiente social em que a escola e seus alunos estão inseridos.
Estrutura de um planejamento de ensino
Portanto, de acordo com Piletti (1991), nesse planejamento deverá prever os seguintes itens:
- objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais;
- conhecimentos a serem adquiridos pelos alunos no sentido determinado pelos objetivos;
- procedimentos e recursos de ensino que estimulam as atividades de aprendizagem e;
- procedimento de avaliação que possibilitem verificar, de alguma forma, até que ponto os objetivos foram alcançados.
Nessa forma de planejamento de ensino, a avaliação da aprendizagem adquire especial relevância, uma vez que não pode constituir-se unicamente em forma de verificação do que o aluno aprendeu. Antes de qualquer coisa, deve servir como parâmetro de avaliação do trabalho do próprio professor.
Quais as etapas do planejamento de ensino?
O planejamento de ensino é dividido em quatro etapas que são o conhecimento da realidade, elaboração do plano, a execução do plano, e a avaliação e aperfeiçoamento do plano.
O conhecimento da realidade é o primeiro passo para o planejamento, pois é preciso conhecer o aluno e seu meio para saber para quem se vai planejar, conhecendo as aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos.
Fazendo essa “sondagem” e realizando o diagnóstico, isto é, analisando os dados coletados, podemos propor o que é possível alcançar pelos alunos e até mesmo o que lhes interessa aprender.
Segunda etapa do planejamento
A elaboração do plano de ensino é a segunda etapa que devemos percorrer. Nessa etapa estaremos determinando o que é possível alcançar, como fazer para alcançar, e o que julgamos possível alcançar, e ainda como avaliar os resultados.
Para a elaboração desse plano seguem-se seis passos que são a determinação dos objetivos, seleção e organização dos conteúdos, seleção e organização dos procedimentos de ensino, seleção de recursos, seleção de procedimentos de avaliação e estruturação do plano de avaliação.
Terceira etapa do planejamento
O terceiro passo a ser percorrido pelo professor é a execução do plano, sendo que esse consiste no desenvolvimento das atividades previstas. Algumas vezes é necessário fazer alterações no planejamento, devido a reações dos alunos ou mesmo devido a circunstâncias do ambiente, mas isso é normal. Assim, uma característica de um bom planejamento é a flexibilidade.
Por último devemos realizar a avaliação e o aperfeiçoamento do plano. Nessa etapa a avaliação toma um sentido diferente da avaliação do ensino-aprendizagem, pois procuramos avaliar, além dos resultados do ensino-aprendizagem, avaliar a qualidade do nosso plano, nossa eficiência como professor e a eficiência do sistema escolar.
Características de um bom plano de ensino
Segundo Nervi (1967, p. 56, apud GAMA; FIGUEREDO, s/d), estas são as características essenciais do bom plano de ensino:
Coerência: as atividades planejadas devem manter perfeita coesão entre si de modo que não se dispersem em distintas direções; de sua unidade e correlação dependerá o alcance dos objetivos propostos.
Sequência: deve existir uma linha ininterrupta que integre gradualmente as distintas atividades desde a primeira até a última de modo que nada fique jogado ao acaso.
Flexibilidade: é outro pré-requisito importante que permite a inserção sobre a marcha de temas ocasionais, subtemas não previstos e questões que enriqueçam os conteúdos por desenvolver, bem como permitir alteração, de acordo com as necessidades ou interesses dos alunos.
Precisão e objetividade: os enunciados devem ser claros, precisos, objetivos e sintaticamente impecáveis. As indicações não podem ser objetos de dupla interpretação, as sugestões devem ser inequívocas.
Gostou do conteúdo e ficou interessado em saber mais? Siga acompanhando nosso portal e fique por dentro de todas nossas publicações. Aproveite também para conhecer nossos cursos e ampliar seus conhecimentos.