É uma doença hereditária, mas não congênita, mediada por anticorpos IgE e IgG alérgeno-específico, onde os pacientes tornam-se sensibilizados a antígenos ambientais, geralmente as mesmas substâncias que provocam rinite alérgica em humanos, causando inflamação e congestão provocando eritema e prurido (coceira).
Cães de todas as raças podem ser geneticamente predispostos, porém há relatos que algumas raças têm maior predisposição tais como:
- Shar pei,
- West Highland White Terriers,
- Terrier Escocês,
- Lhasa Apso,
- Fox Terrier de pêlo duro,
- Dálmata,
- Pug,
- Setter Irlandes,
- Golden Retriever,
- Cocker Spaniel,
- Buldogue Inglês,
- Boxer,
- Setter Inglês,
- Akita e
- Schnauzer miniatura.
O surgimento dos sintomas podem variar entre 6 meses a 3 anos.
Como ter o diagnóstico?
Por se tratar de uma doença incurável e não existir exame laboratorial que ofereça resultado preciso o diagnóstico é clínico realizado através de eliminação de uma ampla variedade de doenças, como:
- dermatite alérgica à picada de ectoparasitas,
- hipersensibilidade alimentar,
- piodermatite superficial,
- sarna sarcóptica,
- dermatite por malassezia,
- demodicidose,
- hipersensibilidade a parasitas intestinais,
- hipersensibilidade hormonal,
- hipersensibilidade bacteriana.
É importante ressaltar que o diagnóstico pode ser demorado e necessita da compreensão e comprometimento do proprietário em todas as fases. Só assim o médico veterinário poderá estabelecer um controle adequado e eficiente.
Como fazer o tratamento?
O tratamento é multifatorial e tem por objetivo dar conforto e melhorar a qualidade de vida do paciente atópico. Os proprietários devem ser orientados pelo médico veterinário sobre os fatores que podem gerar crises de prurido.
A combinação de alguns procedimentos deve ser adotada para o êxito do tratamento como:
- Reforçar a barreira epidérmica aumentando a proteção da pele, através da introdução de dietas contendo ingredientes que diminuem a perda transepidérmica de água como exemplo o ácido pantotênico, inositol, nicotinamida, colina, histidina, além de níveis diferenciados de ômegas 3 e 6 e ervas como a curcumina e aloe vera.
- Reduzir a exposição antigênica evitando que os animais tenham contato íntimo com vegetais, regiões mais empoeiradas da casa, além de eliminar almofadas, colchões, cobertores e outros artigos que podem acumular ácaros.
- Controlar infecções paralelas e/ou secundárias como bactérias e fungos além da dermatite atópica o animal pode apresentar concomitantemente outras dermatopatias, como já citado anteriormente.
- Higienizar e hidratar a pele, pois o cão atópico requer mais cuidado do que um cão normal, portanto a frequência de banhos com produtos específicos deverá ser maior. Nesses casos são utilizados produtos que não alteram o pH cutâneo, que sejam emolientes e umectantes, como os xampus com aveia coloidal, glicerina, aloe vera, alantoína, ceramidas e ômegas.
- Controlar e eliminar parasitas executando um controle rigoroso para que os animais alérgicos não sofram com a picada.
Medicamentos necessários
A Prednisona e/ou Prednisolona na dose de 0,5 – 1,0mg/kg a cada 24 horas têm sido utilizadas com o objetivo de diminuir o prurido.
Já a Clemastina na dosagem de 0,05mg/kg a cada 12 horas associada aos corticóides, além de reduzir a dose dos mesmos, oferece efeitos sedativos e vasodilatação.
Por sua vez a Ciclosporina na dose de 5mg/kg a cada 24 horas possui efeito imunossupressor, provocando poucos efeitos colaterais.
No caso da Pentoxifilina na dose de 10mg/kg a cada 12 horas é indicado, como adjuvante, em conjunto com outras terapias tópicas ou sistêmicas.
Como o médico veterinário deve agir?
O papel do médico veterinário é proporcionar uma boa qualidade de vida para o paciente com dermatite atópica para isso o proprietário deve compreender a importância do acompanhamento para que evite as crises e transtornos oferecidos pelo tratamento.
Alguns medicamentos em especial os glicocorticóides possuem muitos efeitos colaterais, portanto é necessário que o clínico veterinário oriente o proprietário e adote protocolos terapêuticos individuais realizando exames laboratoriais periódicos para acompanhar possíveis alterações mimetizando assim os riscos por efeitos colaterais.
Por se tratar de doença incurável não basta apenas a utilização de medicamentos como também outras medidas já citadas para obter um melhor conforto para o animal.
Gostou do conteúdo e ficou interessado em saber mais? Siga acompanhando nosso portal e fique por dentro de todas nossas publicações. Aproveite também para conhecer nossos cursos de veterinária e ampliar seus conhecimentos.