O coração tem dois tipos de células, as células miocárdicas, também denominadas células funcionais, que quando estimuladas eletricamente são capazes de se contrair, e as células marcapasso, responsáveis pela geração e condução dos estímulos elétricos.
Segundo Berne et al., 2000, as fibras de Purkinje são as células mais largas do coração, tendo diâmetro de 70 a 80 micrômetros, o que lhes permitem condução rápida dos impulsos cardíacos, chegando a uma velocidade de condução de até 4 m/s. Essa alta velocidade permite a ativação rápida de toda a superfície endocárdica dos ventrículos.
Durante o platô, a permeabilidade ao potássio é reduzida em razão ao influxo excessivo do cálcio pelos canais específicos desse íon, retardando dessa maneira a volta do potencial ao seu valor de repouso. Quando os canais lentos de cálcio e sódio terminam por se fechar, ocorre o aumento instantâneo e rápido da permeabilidade da membrana ao potássio.
A perda rápida de potássio pela fibra faz com que o potencial de membrana retorne ao seu valor de repouso, e é, assim, finalizado o potencial de ação.
Potenciais de Ação
Em termos do sistema cardiovascular, existem dois tipos principais de potenciais de ação: os potenciais de ação rápida e de ação lenta.
Potencial rápido
O potencial de resposta rápida, que também se inicia com grande velocidade a partir do valor mais negativo de polarização da célula, é característico de células musculares atriais e ventriculares normais e das fibras de Purkinje.
Nessas fibras, o potencial de membrana em repouso é entre –80 a –90 mV, sendo a velocidade de ascensão do potencial de ação em torno de 150 mV/s e uma velocidade de condução muito rápida.
A rápida despolarização celular até o ponto de potencial limiar deve-se, basicamente, pelo aumento extremamente rápido da permeabilidade de íons sódio (Na+) para o interior celular.
Essa permeabilidade é resultado da abertura abrupta das comportas iônicas na membrana, que é representada pelo movimento por meio dos canais rápidos de sódio. Nesse período, também ocorre a redução espontânea e rápida de íons potássio (K+).
Entendendo o Potencial de ação lento
O potencial de ação lento é característico das células nodais sinusais e atrioventriculares normais, nas quais o potencial de repouso é de –40 a –70 mV, a velocidade de ascensão do potencial de ação é no máximo de 10 V/s e a velocidade de condução do impulso é muito baixa. A despolarização lenta dessas células é em virtude às correntes lentas de influxo de Na+ e Ca++. A velocidade de despolarização é em torno de 5 mV/s.
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