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Gasometria arterial e coleta de amostra para gasometria arterial

A gasometria sanguínea arterial é um exame realizado a fim de avaliar a capacidade pulmonar de duas maneiras: quanto à proporção adequada de oxigênio e a remoção do dióxido de carbono; também avalia-se a capacidade dos rins do indivíduo, observando a reabsorção ou excreção dos íons de bicarbonato para manter o pH corporal normal.

Coleta de Amostra para Gasometria Arterial

A coleta da gasometria arterial é realizada por meio de uma punção arterial, normalmente na artéria radial, braquial ou femoral. É uma técnica extremamente asséptica, a fim de prevenir infecções, e deve ser realizada por profissional treinado. Importante atentar para heparinização da seringa que será feita a coleta, com a finalidade de facilitar a subida do êmbolo ao puncionar a artéria, também enfatiza a utilização de apenas 0,1 ml de Heparina, pois maiores quantidades alteram o PCO².

Após é realizada a escolha do local de melhor condição para a punção, normalmente a artéria radial, braquial, femoral. A amostra do sangue na seringa heparinizada deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório para análise. Esta técnica deve ser realizada por médicos ou enfermeiros, pois consiste em uma punção diferenciada da convencional (punção venosa), envolve artéria com fluxo sanguíneo aumentado, exigindo cuidados e técnicas diferenciadas.

A seleção do local para a realização da punção arterial é condição importante, pois partirá desta a técnica a ser utilizada. Quando a artéria de escolha for a pediosa ou radial, a introdução da agulha deve ser com um ângulo de 30° (angulação oblíqua), o que irá favorecer a compressão da artéria de uma forma natural para estancar o sangramento pela diferença da abertura cutânea e da artéria.

Para a punção da artéria braquial é feita uma angulação também oblíqua, porém com um ângulo de 45°, e por fim na artéria femoral é introduzida a agulha com um ângulo de 90°. Após a punção o profissional deve fazer compressão com movimento firme na artéria por no mínimo cinco minutos ou até que tenha cessado completamente o sangramento no local, a fim de evitar hematomas e traumas na artéria. A agulha utilizada deve ser com calibre de 25 x 6 ou então a agulha utilizada para a administração de insulina e seringas descartáveis.

O paciente que será submetido à coleta de gasometria arterial deve estar no momento do procedimento sentado, com exceção dos pacientes acamados, e em repouso de pelo menos 10 minutos antes da realização da punção. Também é necessário registrar algumas informações importantes no pedido do exame como: identificação do paciente, uso de medicamentos (broncodilatadores e vasodilatadores) e o uso ou não da oxigenoterapia, estes dados auxiliam na interpretação clínica do exame.

Material necessário para o procedimento:

  • Seringa de 3ml;
  • Agulha 1,2×40 (rosa);
  • Agulha 07×25 (cinza) ou menor calibre, se necessário;
  • Heparina;
  • Luva de procedimento;
  • Algodão;
  • Álcool 70%;
  • Pacote de Gaze;
  • Coxim.

Descrição dos procedimentos:

  1. Analisar a solicitação médica, separar o material de coleta para gasometria;
  2. Colocar o material necessário em uma bandeja;
  3. Rotular a seringa com a etiqueta devidamente identificada;
  4. Conferir se os dados do paciente e o exame solicitado está de acordo com a solicitação médica;
  5. Deixar os pacientes ambulatoriais em repouso por 20 minutos antes da coleta;
  6. Estabilizar o quadro ventilatório dos pacientes internados por 20 minutos antes e durante a coleta;
  7. Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante;
  8. Colocar todos os EPI’s, conforme padronização da CCIH;
  9. Realizar teste de Allen: comprimir simultaneamente as duas artérias (radial e ulnar) pedindo ao paciente que feche e abra várias vezes a mão; esta ficará isquemiada e pálida. Em seguida com a mão do paciente aberta, retira-se os dedos da artéria ulnar. A coloração rósea deve voltar, indicando boa circulação colateral;
  10. Estender o braço, com a palma da mão para cima e hiperestender o punho apoiando-o sobre a maca (para deixar a artéria radial o mais superficial possível);
  11. Identificar a artéria radial: palpar o processo estiloide do rádio e o tendão dos flexores do carpo – sentir o pulso radial entre essas duas estruturas anatômicas;
  12. Limpar o local da punção com o algodão embebido em álcool 70%;
  13. Retirar a tampa de proteção da seringa heparinizada e introduzir a agulha de punção 22G ou menor (24G);
  14. Palpar o pulso radial usando a mão não dominante (polpa digital dos dedos indicador e médio);
  15. Com a mão dominante, inserir a agulha em ângulo de 30-45º em direção cefálica logo abaixo do local onde está palpando o pulso;
  16. Avançar a agulha lentamente até que o sangue arterial flua espontaneamente para a seringa.
    Atenção: Coletar no mínimo 1ml (idealcoletar 3ml);
  17. Retirar a agulha e comprimir imediatamente com a gaze, fazendo pressão por 5 minutos;
  18. Retirar as bolhas da seringa;
  19. Retirar a agulha e colocar a tampa original;
  20. Identificar a seringa com o nome do paciente;
  21. Registrar temperatura, FiO2 e tipo de gasometria (arterial ou venosa).

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