A oxigenoterapia consiste na utilização do oxigênio em concentrações maiores que aquelas do ar ambiente, visando tratar ou prevenir os sintomas ou manifestações de hipóxia.
A utilização do oxigênio requer cuidados, pois como qualquer droga, existem especificações para o tratamento, níveis de dosagem e métodos adequados de fornecimento.
Dispositivos de liberação
São vários os dispositivos de liberação de oxigênio e cada um leva em consideração a indicação terapêutica de cada paciente.
Os dispositivos são: Sistema de baixo fluxo (cateter nasal, cateter tipo óculos), sistema de alto fluxo (máscara de aerossol, tenda facial).
Objetivo
O objetivo da oxigenoterapia é administrar oxigênio por meio de cateter nasal ou outro tipo de dispositivo.
Material utilizado
- Cateter nasal (tipo cânula ou óculos) de número adequado;
- Esparadrapo ou micropore;
- Gazes;
- Extensor intermediário (traqueia corrugada, látex ou silicone macio);
- Oxigênio canalizado;
- Frasco umidificador (500 mL);
- Fluxômetro regulador do fluxo de oxigênio;
- Água destilada;
- Luvas de procedimento.
Procedimento
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Colocar o paciente em posição confortável (cabeceira elevada 30 a 45º);
- Preparar o umidificador com água destilada, enchendo com 2/3 de sua capacidade;
- Montar o sistema, adaptando o umidificador ao fluxômetro e o extensor intermediário ao umidificador;
- Adaptar o cateter nasal ao extensor intermediário sem retirá-lo totalmente da embalagem e testar o sistema para observar e corrigir escapes de oxigênio;
- Remover oleosidade da pele com gaze e álcool a 70%, no local de fixação do esparadrapo, facilitando a aderência;
- Medir a distância do cateter entre a entre a asa do nariz e o lóbulo da orelha, identificando com esparadrapo para saber até que ponto o cateter será introduzido;
- Colocar luva de procedimento;
- Limpar as narinas caso seja necessário;
- Lubrificar o cateter com água ou gel lubrificante;
- Introduzir o cateter na fossa nasal do paciente;
- Fixar o cateter na parte externa do nariz ou face com esparadrapo ou micropore®;
- Ligar fluxômetro de oxigênio conforme fluxo prescrito;
- Orientar o paciente para respirar de boca fechada, a fim de aproveitar totalmente o oxigênio aplicado;
- Deixar a unidade arrumada e o paciente confortável;
- Retirar a luva de procedimento;
- Lavar as mãos;
- Anotar no plano terapêutico o procedimento.
Administração de oxigênio com tenda facial (Nebulização com frasco de 500 mL)
Material
- Fluxômetro;
- Máscara simples ou Venture adequada ao paciente;
- Frasco nebulizador;
- Extensão plástica (corrugada) traqueia;
- Água destilada de 250 mL;
Procedimento
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Preparar o material e colocar a água no frasco (umidificador) até a a medida indicada e fechar o frasco;
- Montar o sistema, adaptando o umidificador ao fluxômetro e o extensor intermediário (traqueia corrugada) ao umidificador;
- Adaptar a máscara facial ao rosto do paciente prendendo a alça de fixação atrás da cabeça (máscara de Hudson);
- Conectar a máscara facial ao final da extensão da traqueia corrugada na melhor posição para o paciente;
- Observar para que não haja extensão da traqueia forçando posição irregular do paciente e da adaptação da máscara;
- Abrir o fluxômetro até o volume de litros/minutos prescrito;
- Verificar no fluxômetro a saída de oxigênio, observando a esfera flutuante e se há vazamentos;
- Deixar o paciente confortável;
- Lavar as mãos;
- Anotar no plano terapêutico de enfermagem.
Recomendações
- Proceder à troca do cateter de narina a cada 12 horas, se o oxigênio for contínuo;
- Observar desconforto ou lesões no pavilhão auricular, devido a uma fixação inadequada;
- A administração do oxigênio em alta velocidade de fluxo deve ser sempre administrada através de um sistema de umidificação, para evitar que ele resseque as mucosas do trato respiratório;
- Quando possível, manter monitorização da oximetria digital;
- Trocar a água do umidificador de seis em seis horas ou sempre que necessário, desprezando toda a água residual do copo umidificador;
- Nunca completar o reservatório, aproveitando a quantidade de água que esteja no umidificador;
- Não retornar para o reservatório a água que esteja acumulada no extensor intermediário. Esta também deverá ser desprezada.
Administração de oxigênio com máscara facial com reservatório (máscara de Venturi)
Material
- Kit de Venturi (máscara facial, traqueia corrugada, extensão para conexão no fluxômetro, adaptador para umidificação/inalação, seis válvulas coloridas para diferentes concentrações de FiO2– laranja, rosa, verde, branca, amarela e azul);
- Água destilada estéril;
- Rede de O2 cofluxômetro;
- Umidificador com água.
Procedimento
- Reunir material;
- Higienizar as mãos;
- Calçar luvas de procedimento;
- Escolher máscara de acordo com o tamanho do paciente, de modo que cubra a boca e nariz;
- Adaptar a máscara à extensão da borracha ligada ao umidificador;
- Ajustar o fluxo de oxigênio (3 a 5 litros) de acordo com a indicação;
- Orientar o paciente e/ou acompanhante sobre o procedimento realizado;
- Ajustar a máscara à face do paciente, observando suas reações;
- Fixar a máscara com fita elástica;
- Observar as condições da pele no local onde a máscara está em contato;
- Higienizar as mãos;
- Registrar no prontuário o procedimento realizado.
Cuidados com o O2 e sua administração
- Não administrá-lo sem o redutor de pressão e o fluxômetro;
- Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado;
- Controlar a quantidade de litros por minutos;
- Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento;
- Oferecer apoio psicológico ao paciente;
- Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade;
- Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente observando o volume de água do umidificador e a quantidade de litros por minuto;
- Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes e pedir para não fumar;
- Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão;
- Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter);
- Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar assistência adequada;
- Manter vias aéreas desobstruídas;
- Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor;
- Controlar sinais vitais (SSVV);
Responsabilidade
Temos como profissionais responsáveis por realizar o procedimento os enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de Enfermagem, médico e fisioterapeuta.
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