A toxicologia é a ciência que organiza os efeitos das diversas substâncias químicas sobre os organismos vivos, humano, animal ou ambiente, verificando os danos e benefícios a curto e longo prazo.
A toxicologia compreende diversas áreas do conhecimento, como a química, biologia, farmacologia, e medicina. Tem como seu objetivo principal compreender os efeitos dos químicos que estão presentes no nosso dia a dia, e evitar condições nocivas que essas substâncias possam causar a nossa saúde ou ecossistema.
Agente tóxico ou toxicante
Entidade química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição;
Veneno
Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função de autodefesa ou predação;
Toxicidade
Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar efeitos nocivos em organismos vivos. O efeito tóxico é geralmente proporcional à concentração do agente tóxico em nível do sítio de ação (tecido alvo);
Ação tóxica
Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as estruturas teciduais.
DL 50
(dose letal 50%) ou dose letal média de uma substância expressa o grau de toxicidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que provavelmente matam 50% dos animais de um lote utilizados para experiência. São valores calculados estatisticamente a partir de dados obtidos experimentalmente.
Com base nas DL50 de várias substâncias, são estabelecidas classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para dizer se uma substância é tóxica ou inócua para o ser humano, devemos também optar por critérios que avaliem se uma substância oferece risco ou perigo para um determinado sistema biológico, para um determinado indivíduo ou para a saúde pública;
Antídoto
Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias;
Intoxicação
É um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, resultante das alterações bioquímicas no organismo. O processo é evidenciado por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais;
Intoxicação aguda
Decorre de um único contato (dose única-potência da droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente tóxico, no período aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias, no máximo duas semanas. Estuda a relação dose/resposta que conduz ao cálculo da DL50;
Intoxicação subaguda ou subcrônica
Exposições repetidas a substâncias químicas – caracterizam estudos de dose/resposta após administrações repetidas;
Intoxicação crônica
Resulta efeito tóxico após exposição prolongada a doses cumulativas do toxicante ou agente tóxico, em período prolongado, geralmente maior de três meses a anos.
Fases da intoxicação
O processo de intoxicação pode ser desdobrado, para fins didáticos, em quatro fases:
Fase de exposição
É a fase em que a superfície externa ou interna do organismo entra em contato com o toxicante. Importante considerar nesta fase a via de introdução, a frequência e a duração da exposição, as propriedades físico-químicas, assim como a dose ou a concentração do xenobiótico e a susceptibilidade individual;
Fase de toxicocinética
Inclui todos os processos envolvidos na relação entre a disponibilidade química e a concentração do fármaco nos diferentes tecidos do organismo. Intervêm nesta fase a absorção, a distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a excreção das substâncias químicas.
As propriedades físico-químicas dos toxicantes determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim como a velocidade de sua eliminação do organismo;
Fase de toxicodinâmica
Compreende a interação das moléculas do toxicante e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e, consequentemente, o aparecimento de desequilíbrio homeostático;
Fase clínica
É a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou ainda, alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interação do toxicante com o organismo.
Interações entre substâncias
A exposição simultânea a várias substâncias pode alterar uma série de fatores (absorção, ligação proteica, metabolização e excreção) que influem na toxicidade de cada uma delas em separado. Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor que a soma dos efeitos de cada um deles, podendo-se ter:
-Efeito aditivo (efeito final igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes envolvidos);
-Efeito sinérgico (efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente em separado);
-Potencialização (o efeito de um agente é aumentado quando em combinação com outro agente);
-Antagonismo (o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando se combina com outro agente).
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